A Batalha de Los Angeles, um evento ocorrido entre
o dia 24 e 25 de Fevereiro de 1942, foi talvez um dos eventos mais vexatórios
protagonizados pelas forças de defesa nacional dos EUA, já que durante a mesma,
e impulsionados pela paranoia advinda do ataque japonês a Pearl Harbour, as
unidades de controle aéreo costeiro confundiram um balão meteorológico com um
avião de reconhecimento da frota japonesa.
Convencidos de que estavam a ponto de serem
atacados por bombardeios e muito possivelmente para-quedistas suicidas
japoneses, o alto comando da guarda nacional ordenou que começassem os
procedimentos necessários de defesa.
A população, aterrorizada pelas sirenes de alarme,
correu para esconder-se em todo tipo de sótãos e refúgios, enquanto era cortado
o fornecimento elétrico em toda a cidade só permitindo a alimentação dos
gigantescos focos direcionais de luz ao longo da costa que iluminavam os céus
em busca de bombardeiros. Simultaneamente, a policia civil começou a tomar
posições estratégicas e diferentes esquadrões aéreos começaram a posicionar-se,
entre os quais se encontrava o quarto comando de interceptores, frota criada
especialmente para defender a parte baixa da Costa Leste dos Estados Unidos.
E como se as sirenes, os soldados, as luzes e os
aviões se preparando para enfrentar os japoneses já não fossem muito problema,
o ponto máximo desta invasão começou quando depois das três da madrugada o alto
comando, temeroso pela quantidade de espessas nuvens que cobriam o céu, ordenou
a 37º brigada de artilharia costeira que abrisse fogo "sobre o
inimigo". Incertos sobre onde se encontrava esse poderoso e certamente
discreto inimigo, os artilheiros realizaram todo tipo de diferentes padrões
circulares e lineares de fogo, tentando desta maneira cobrir vários setores do
céu com munições explosivas. Isto durou menos de uma hora e levou a que
disparassem mais de 1.400 balas de oito kg, várias com cabeças explosivas, que
ao cair sobre a cidade causaram diverso destroços sobre os edifícios bem como
incêndios e a morte de três inocentes.
No dia seguinte, o secretário da marinha, Frank
Knox teve que enfrentar a fervorosa imprensa que questionava sobre o que
realmente teria ocorrido e por que os sistemas de defesa dos Estados Unidos
abriram fogo causando destroços e mortes se não existia nenhuma frota de
invasão japonesa. Em vez de desmentir o ocorrido e aceitar o erro Knox deu
respostas incertas, aumentando ainda mais a paranoia. Ante a comoção o
Congresso decidiu estabelecer uma comissão investigadora para analisar os
eventos, e tudo terminou sendo classificando como um caso de nervos de guerra.
Em 1983 uma nova comissão investigadora reabriu o caso e, depois de pesquisar
material da época, estabeleceu como origem dos fatos a confusão por parte do
controle aéreo costeiro de um balão meteorológico com um avião da frota
japonesa.
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