quarta-feira, 6 de outubro de 2010

" O dia em que Estados Unidos foi invadido por um inimigo imaginário."

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A Batalha de Los Angeles, um evento ocorrido entre o dia 24 e 25 de Fevereiro de 1942, foi talvez um dos eventos mais vexatórios protagonizados pelas forças de defesa nacional dos EUA, já que durante a mesma, e impulsionados pela paranoia advinda do ataque japonês a Pearl Harbour, as unidades de controle aéreo costeiro confundiram um balão meteorológico com um avião de reconhecimento da frota japonesa.


Convencidos de que estavam a ponto de serem atacados por bombardeios e muito possivelmente para-quedistas suicidas japoneses, o alto comando da guarda nacional ordenou que começassem os procedimentos necessários de defesa. 


A população, aterrorizada pelas sirenes de alarme, correu para esconder-se em todo tipo de sótãos e refúgios, enquanto era cortado o fornecimento elétrico em toda a cidade só permitindo a alimentação dos gigantescos focos direcionais de luz ao longo da costa que iluminavam os céus em busca de bombardeiros. Simultaneamente, a policia civil começou a tomar posições estratégicas e diferentes esquadrões aéreos começaram a posicionar-se, entre os quais se encontrava o quarto comando de interceptores, frota criada especialmente para defender a parte baixa da Costa Leste dos Estados Unidos.



E como se as sirenes, os soldados, as luzes e os aviões se preparando para enfrentar os japoneses já não fossem muito problema, o ponto máximo desta invasão começou quando depois das três da madrugada o alto comando, temeroso pela quantidade de espessas nuvens que cobriam o céu, ordenou a 37º brigada de artilharia costeira que abrisse fogo "sobre o inimigo". Incertos sobre onde se encontrava esse poderoso e certamente discreto inimigo, os artilheiros realizaram todo tipo de diferentes padrões circulares e lineares de fogo, tentando desta maneira cobrir vários setores do céu com munições explosivas. Isto durou menos de uma hora e levou a que disparassem mais de 1.400 balas de oito kg, várias com cabeças explosivas, que ao cair sobre a cidade causaram diverso destroços sobre os edifícios bem como incêndios e a morte de três inocentes.



No dia seguinte, o secretário da marinha, Frank Knox teve que enfrentar a fervorosa imprensa que questionava sobre o que realmente teria ocorrido e por que os sistemas de defesa dos Estados Unidos abriram fogo causando destroços e mortes se não existia nenhuma frota de invasão japonesa. Em vez de desmentir o ocorrido e aceitar o erro Knox deu respostas incertas, aumentando ainda mais a paranoia. Ante a comoção o Congresso decidiu estabelecer uma comissão investigadora para analisar os eventos, e tudo terminou sendo classificando como um caso de nervos de guerra. Em 1983 uma nova comissão investigadora reabriu o caso e, depois de pesquisar material da época, estabeleceu como origem dos fatos a confusão por parte do controle aéreo costeiro de um balão meteorológico com um avião da frota japonesa.


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